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Empresa social Descarte Correto ensina o caminho para despejo do lixo eletrônico

Resíduos desse tipo batem recorde com 53,6 milhões de toneladas anuais

O número de smartphones existentes ultrapassa a população mundial. Os usuários hoje trocam de modelo em menos de dois anos. O último relatório mundial sobre o descarte de lixo eletrônico revelou um recorde de 53,6 milhões de toneladas produzidas em um ano. Esse número alarmante, trazido pelo Global E-Waste Monitor 2020, relatório que contou com a participação da ONU, sublinha que apenas 17,4% dessa quantidade foi reciclada. Com o crescente interesse acerca da sustentabilidade, muito se especula sobre o destino do nosso resíduo. Mas por que o lixo eletrônico ainda não entrou nessa conta?

A empresa social Descarte Correto, parceira do Somos Todos Amazonas, nasceu para atenuar justamente o descarte do lixo eletrônico. Alessandro Dinelli, fundador da empresa, conta que o grande propósito é transformar o lixo eletrônico em benefícios econômicos e socioambientais. Estes benefícios econômicos passam pela transformação da economia linear, a qual já estamos habituados, para uma economia circular.

A economia linear é assim: temos a matéria-prima, que vem da natureza, e aí um fornecedor a extrai. Ele vende para a indústria, que a transforma em produto. Através do distribuidor, a indústria distribui esse produto, que chega no varejista. Do varejista, chega ao consumidor. Então, consumimos por um determinado tempo. Estamos falando do ciclo de vida de um produto, que quando chega no pós-consumo o consumidor vai se desfazer do produto, jogando fora”. 

O trabalho da Descarte Correto começa justamente neste momento de pós-consumo, com o intuito de transformar a economia linear, na qual o produto teria um fim, para uma economia circular. “Eu vou no consumidor e o primeiro trabalho que faço é gerar informação de que aquele produto não pode ser descartado no aterro sanitário, no lixo doméstico, no rio… porque ele tem metais pesados, metais nobres e matéria-prima. E isso, além de contaminar o meio ambiente, é um desperdício para a economia”, explica Dinelli. 

De acordo com o último relatório levantado, de uma forma geral, a média de lixo eletrônico por pessoa passa dos 7 kg anuais, número que praticamente dobrou em 16 anos, e preocupa especialistas. A estimativa é que se o aumento continuar assim, em 2050 estaremos produzindo 120 milhões de toneladas de lixo eletrônico por ano. Por isso tornam-se tão necessárias ações para frear esse avanço. 

“Quanto mais mudarmos esse sistema de as pessoas saberem onde descartar corretamente,  e realizarmos uma mudança cultural nas pessoas, empresas, indústrias e governo para buscarem pontos de coleta e poder realizar o processo de economia circular, a gente acredita que vamos ajudar a diminuir o processo de extração de novas matérias primas”, garante Dinelli.  

Alinhada com os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, a Descarte Correto possui três pilares principais: a conscientização do consumidor final na hora do descarte; a ideia de fábrica reversa, onde o produto é “desfabricado” em galpões, para se tornar novamente matéria-prima; e a realização de dois programas de inclusão digital. O primeiro, Interativo, acontece em zonas urbanas. E o Centro de Inclusão Digital, em áreas rurais, ribeirinhas e indígenas. A essência dos programas é a mesma: levar conhecimento acerca do uso e do descarte digital, mas nas áreas urbanas existe ainda o curso profissionalizante. 

“Eu gosto muito de pensar do micro para o macro, principalmente ouvindo a ponta. Eu não gosto de construir algo no escritório e levar para a comunidade. Eu gosto de construir com a comunidade. Esse foi meu maior aprendizado como empreendedor social. Os ODS, por exemplo, para mim são algo que tem que chegar nas comunidades, para poder se discutir com as pessoas de fato qual é essa ideia”, continua o fundador. Ele explica ainda que a pandemia adiou alguns planos da empresa, mas trouxe reflexões importantes, como firmar parcerias, a exemplo do Somos Todos Amazonas. 

“Acho que uma das principais reflexões que estou tendo na pandemia como empreendedor social é que cada vez mais temos que deixar a vaidade e o ego de lado, porque muitos projetos não atingem um impacto maior por causa disso. Temos que unir forças. Uma das principais mensagens que esse momento está trazendo para gente é: deixe o individual um pouco de lado e pense mais no coletivo”, conclui Dinelli.